Esqueça a ideia de que branding é escolher uma paleta de cores, criar um logo bonito e postar frases de efeito no Instagram. Isso é só a superfície.
Marcas de verdade não servem apenas para vender produtos, elas funcionam como atalhos simbólicos, encurtando a distância entre o que as pessoas querem mostrar e o que o mundo vai entender sobre elas.
Uma marca bem construída não diz apenas “o que você vende”. Ela responde a uma pergunta mais profunda: “quem você ajuda as pessoas a serem quando consomem de você?”.
No papo entre Galileu Nogueira e Michel Alcoforado (Branding Em Tudo Podcast #157), surgiram insights que viram tapas na cara de quem ainda acha que branding é só fazer logomarca. Transformei esse mergulho em 20 lições afiadas para criativos e empreendedores que querem pensar branding além do óbvio.
Quem usa certos produtos não precisa se explicar. Uma bolsa de luxo ou um restaurante com “a vibe certa” já contam a história por você. Branding é um atalho de identidade.
Significados custam caro. Eventos, experiências, narrativas e ambientes não surgem de graça. Se você não investe, sua marca não significa nada.
Às vezes, basta ser bom no que faz. A melhor sardinha da vila já é branding por si só. Não confunda simplicidade com falta de estratégia.
A marca não é sua. É uma conversa constante com quem compra, compartilha e critica.
Decidir com quem não falar é tão importante quanto definir seu público. Quem tenta falar com todos perde força com todos.
Produtos são veículos para estilos de vida. Se não traduzem como as pessoas querem viver, você não passa de mais um item na prateleira.
Em um mercado saturado, ser autêntico não é opcional. A marca precisa entregar singularidade para quem consome.
O consumidor usa sua marca como capítulo da narrativa pessoal dele. Se sua história não encaixa, você está fora da trama.
Uma marca relevante dá assunto, provoca comentários, alimenta rodas de conversa. Se ninguém fala de você, você não existe.
Ninguém pensa em parafuso o dia inteiro. Mas no momento certo, você precisa ser a primeira marca lembrada.
Não é sobre criar grupos ou encontros. É oferecer um lugar — físico ou imaginário — onde as pessoas podem ser algo que não conseguem ser em outro espaço.
O que move comunidades não é preço, é a sensação de que “eu faço parte”.
Uma bolsa de supermercado carrega coisas. Uma Louis Vuitton carrega status, acesso, reconhecimento. Branding é transbordo, não função.
Criar marca demora, mas se você parar de se reinventar, some rápido. Branding é maratona, não sprint.
Com milhares de marcas nascendo todo ano, só vai sobreviver quem vem primeiro à cabeça do consumidor.
Não tente abraçar o mundo. Resolva uma comunidade de cada vez. Depois, escale.
NFT, metaverso, buzzword do momento… tudo pode virar distração. Pergunte sempre: isso faz sentido no meu contexto?
Hoje, não existe linha clara entre eles. O jeito que você vende cria branding, o produto inventa canais e a marca redefine produto.
Se a cada interação sua marca não mostra uma nova camada, você vira repetitivo. E repetição mata relevância.
Alguns produtos não só abrem portas: eles cortam filas. Mais que status, oferecem acesso. Esse é o real poder do branding.
Branding não é playbook. É construção cultural, tempo, comunidade e narrativa.
Uma marca de verdade não se limita a mostrar quem você é. Ela ajuda o consumidor a mostrar quem ele é.
Esse é o ponto que separa quem faz “design bonito” de quem constrói marcas que viram parte da vida das pessoas.