As chamadas realidades sintéticas são conteúdos criados total ou parcialmente por inteligência artificial.
Podem ser imagens, vídeos, áudios, vozes e textos que simulam algo real — mesmo quando nunca existiu.
Na prática, incluem desde deepfakes e clones de voz até obras artísticas ou campanhas publicitárias geradas por IA.
Essas mídias têm uso criativo e inovador, mas também representam riscos para a autenticidade da informação, os direitos de imagem e a confiança digital.
Em 2025, o governo brasileiro formou um grupo de trabalho para estudar realidades sintéticas, reunindo especialistas de diversas áreas — tecnologia, direito, comunicação e políticas públicas.
O objetivo é analisar os impactos sociais, culturais e econômicos desses conteúdos e propor recomendações de proteção contra usos indevidos, como fraudes digitais e campanhas de desinformação.
O foco inicial está nos deepfakes, avaliando riscos para direitos fundamentais e para o patrimônio público.
A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (SECOM/PR), com apoio de universidades e órgãos de pesquisa.
A fronteira entre o real e o sintético está cada vez mais tênue.
Segundo o futurista Ian Beacraft, entre 90% e 99% do conteúdo online poderá ser sintético até 2035.
Essa transformação já é visível:
O desafio está em garantir transparência, autenticidade e responsabilidade sem sufocar a inovação.
O debate sobre IA e realidades sintéticas se conecta a outras ações recentes:
Essas medidas mostram que o Brasil tenta acompanhar o ritmo global de regulação e aplicação da inteligência artificial.
A expansão das realidades sintéticas também abre um novo campo de oportunidades para criadores e empreendedores:
O Brasil tem potencial para se tornar referência em governança de IA na América Latina — se conseguir equilibrar inovação com responsabilidade.
| Cenário | Características | Impacto provável |
|---|---|---|
| Moderado / Regulatório | Marco Legal aprovado e aplicado com equilíbrio. Incentivos à inovação e transparência obrigatória em mídias IA. | Maior confiança pública e novos mercados de certificação. |
| Liberal / Sem controle | Baixa regulação, proliferação de deepfakes, insegurança jurídica. | Aumento de fraudes e desinformação. |
| Autoritário / Restritivo | Controle estatal sobre IA e conteúdos sintéticos. | Redução da liberdade criativa e dependência de soluções externas. |
Nem tudo é risco. As realidades sintéticas também impulsionam:
Quando usadas com ética, essas tecnologamplificam a criatividade humana.
O que é uma realidade sintética?
É qualquer conteúdo (imagem, vídeo, texto ou som) criado ou alterado com o uso de inteligência artificial.
Por que o governo quer estudar o tema?
Para entender os impactos sociais, econômicos e legais e propor políticas que protejam cidadãos e empresas.
Deepfake e realidade sintética são a mesma coisa?
Não. O deepfake é um tipo específico de mídia sintética usada para simular pessoas reais.
Como identificar um conteúdo sintético?
Alguns sinais incluem expressões faciais rígidas, piscadas irregulares, vozes sem respiração natural e ausência de fontes verificáveis.
Existe lei sobre isso no Brasil?
Ainda não há uma lei específica, mas o Marco Legal da IA e o PBIA já incluem diretrizes que abrangem o tema.
As realidades sintéticas são o novo campo de disputa entre a criatividade e a credibilidade.
Enquanto artistas e marcas exploram o potencial da IA para criar, governos e especialistas buscam evitar abusos que comprometam a confiança nas mídias.
O futuro passa por um ponto de equilíbrio: inovação com ética.
E é exatamente aí que o Brasil começa a se posicionar.