Não daquele tipo que a gente quer realizar, mas no sentido mais literal. Quem já experimentou MidJourney, Firefly ou qualquer IA generativa de imagens conhece a sensação: você digita um prompt e espera algo imprevisível. O resultado inicial costuma ser estranho, quase bizarro, mas ao mesmo tempo carrega uma certa familiaridade.

Outro dia sonhei com meu pai. Ele já tem cabelos brancos há anos, é calvo. No sonho, porém, aparecia com as laterais do cabelo tingidas de preto, pouquíssimos fios brancos. Surreal? Talvez. Impossível? Não. Se ele resolvesse pintar, o resultado seria aquele.
A pergunta ficou martelando:
“Será que os sonhos são apenas uma exposição do nosso repertório? Memórias remixadas com o que poderia ser?”
Sonhar é um processo de remixagem. Nosso cérebro acessa memórias antigas, combina com estímulos recentes e cria cenários que às vezes desafiam a lógica. É como se uma IA rodasse um prompt com o banco de dados completo da vida.
Cientificamente, os sonhos resultam da ativação de áreas como o hipocampo (memória) e o córtex visual. Neurônios disparam aleatoriamente, mas não sem propósito: o cérebro busca padrões, constrói imagens, projeta possibilidades.
Essa lógica é muito próxima do que acontece na inteligência artificial generativa.
A IA não inventa do zero. Ela opera com redes neurais artificiais treinadas em milhões de imagens, estilos e conceitos. Veja o processo:
É como sonhar acordado, mas com mais controle.
Sonhos desaparecem quando acordamos. Imagens geradas pela IA ficam — podem ser salvas, compartilhadas, comercializadas.
Trabalhar com IA generativa é como explorar o próprio subconsciente criativo. Você fornece um prompt e observa o que o sistema devolve.
Para designers, fotógrafos e artistas, a IA não substitui a criação — ela expande o repertório:
É um novo paradigma: o criativo não é só executor, mas diretor de possibilidades.
No fim, tanto o cérebro quanto a inteligência artificial são sistemas que trabalham com dados do passado para projetar o futuro. Sonhos e IA generativa não inventam do nada; eles remixam, combinam e refinam.
A diferença é que, com a IA, podemos dirigir o processo, ajustar o resultado e eternizar o que antes só viveria na memória.