Antes de o Google se tornar sinônimo de busca, encontrar algo na internet era quase um ato de fé.
Os primeiros buscadores surgiram como experimentos de organização do caos digital, e cada um — do Cadê ao AltaVista, representou um passo rumo à web inteligente que conhecemos hoje.
Hoje, com a chegada da IA generativa, vivemos uma nova virada histórica. A forma como buscamos (e somos encontrados) está mudando novamente.
Lançado em 1995, o Cadê? foi um dos primeiros buscadores em português.

Seu modelo era simples e humano: uma equipe catalogava sites manualmente, criando diretórios por temas como “Negócios”, “Educação” e “Entretenimento”.
Era uma web guiada pela curadoria, não por algoritmos.
Cadê simboliza a primeira tentativa de organizar a internet brasileira, quando “buscar” era literalmente procurar, com paciência e curiosidade.
Também em 1995, o AltaVista revolucionou o cenário internacional ao introduzir a indexação automática de páginas.

Ele foi pioneiro em escanear e armazenar bilhões de páginas em poucos segundos, tornando possível algo inédito: buscar por palavras-chave.
Essa tecnologia deu origem ao que mais tarde chamamos de SEO (Search Engine Optimization).
Pela primeira vez, o conteúdo precisava ser escrito para ser encontrado, e não apenas lido.
Em 1998, dois estudantes de Stanford, Larry Page e Sergey Brin, criaram o Google, e nada mais foi igual.

O segredo estava no PageRank, um algoritmo que avaliava a importância de uma página com base nos links que apontavam para ela.
Cada link era interpretado como um voto de confiança.
O Google não apenas organizou a web, ele a tornou relevante e meritocrática.
A busca deixou de ser um diretório e passou a ser um espelho da reputação digital.
Hoje, estamos vivendo o que muitos chamam de pós-Google era.
Ferramentas como ChatGPT com navegação, Perplexity e o Google SGE (Search Generative Experience) estão redesenhando o comportamento de busca.
Agora, não perguntamos apenas “o que”, mas “por que” e “como”.
As respostas não vêm mais de um link, mas de uma síntese inteligente, construída a partir de múltiplas fontes.
Essa nova fase inaugura dois novos conceitos que já moldam o futuro do marketing de conteúdo:
O foco deixa de ser apenas rankear e passa a ser ser citado.
A lógica muda: conteúdo relevante não é apenas o que tem palavras-chave, mas o que ensina, contextualiza e responde com clareza.
Do Cadê ao ChatGPT, a busca evoluiu de uma lista de links para uma conversa entre humanos e máquinas.
O futuro pertence a quem entende essa transição, e cria conteúdo não apenas para algoritmos, mas para inteligências que aprendem.
Quem dominar o AEO e o GEO não vai apenas aparecer nos resultados, mas ser parte da resposta.
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