Você recebeu um e-mail pedindo para assinar um contrato digital ou regularizar custas em cartório?
Atenção — pode ser golpe.

Nos últimos meses, um novo tipo de fraude vem crescendo silenciosamente entre empreendedores e empresas brasileiras. Trata-se de mensagens que simulam comunicações legítimas de cartórios, escritórios jurídicos ou plataformas de assinatura digital. O objetivo é simples: explorar momentos de confiança, quando você realmente está fechando contratos, registrando marcas ou realizando movimentações jurídicas, para roubar dados, instalar malware ou aplicar golpes financeiros.
Esses ataques se aproveitam de algo muito comum no mundo dos negócios: a rotina de assinaturas e comunicações oficiais.
Com a popularização de sistemas digitais e assinaturas eletrônicas, tornou-se normal receber mensagens com assuntos como:
A diferença é que, nesses casos, o remetente não é um cartório real.
Os criminosos utilizam domínios falsos, logotipos copiados e até sistemas automatizados que simulam notificações reais. Alguns conseguem detectar, por meio de dados públicos, quando uma empresa abriu um CNPJ, registrou um contrato social ou participou de licitação, e usam essas informações para dar credibilidade à fraude.
A base desses ataques está na coleta e cruzamento de dados públicos. Muitos registros corporativos, como alterações contratuais e documentos em cartórios, são informações abertas, disponíveis em diários oficiais, juntas comerciais e sites de órgãos públicos.
Fraudadores usam robôs (bots) que monitoram esses portais e criam bancos de dados com CNPJs, e-mails de contato e datas de registro.
Assim, quando uma empresa faz uma movimentação, como abrir um novo contrato ou alterar o quadro societário, o sistema identifica e envia automaticamente um e-mail falso simulando um cartório ou escritório de advocacia.
O timing é perfeito: o empreendedor está justamente envolvido com papeladas e tende a acreditar na mensagem.
Empresas pequenas e médias são o alvo preferido porque não possuem times internos de TI ou segurança digital.
Além disso, muitos empreendedores utilizam e-mails pessoais para gerir o negócio, misturam WhatsApp profissional e pessoal e raramente têm protocolos de checagem para comunicações legais.
O resultado é previsível: um clique em um link falso pode abrir acesso total à conta de e-mail, documentos e informações financeiras, ou gerar cobranças indevidas em nome da empresa.
Se algum desses sinais aparecer, não clique.
Verifique primeiro pelo site oficial do cartório, empresa ou órgão citado.
A boa notícia é que algumas medidas simples já reduzem o risco drasticamente:
Essas rotinas simples ajudam a proteger sua empresa contra prejuízos e exposição de dados, e, principalmente, preservam sua credibilidade digital.
Fraudes digitais não geram apenas prejuízos imediatos. Elas enfraquecem a confiança em comunicações legítimas, prejudicam o fluxo de trabalho e afetam a reputação da marca.
Empresas que caem em golpes perdem tempo, foco e, muitas vezes, clientes. E no mundo hiperconectado, segurança digital também é branding.
A transformação digital trouxe eficiência, mas também novos tipos de vulnerabilidade.
Empreendedores precisam enxergar a segurança da informação como parte da estratégia de marca, não apenas como um item técnico.
Assim como você investe em design, site e conteúdo, precisa investir em confiança digital.
A regra é simples: se o e-mail parece urgente, jurídico e inesperado, desconfie.
Confirme, cheque, e só depois aja.
Porque a próxima fraude pode chegar com aparência de contrato, e custar muito mais do que um simples clique.
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